

O Centro de Ciência e Tecnologia em Energia e Sustentabilidade (Cetens), campus Feira de Santana da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), realizou na manhã desta sexta-feira (12) o Café com a Imprensa, evento comemorativo pelos 12 anos de instalação do Campus em Feira de Santana.
Durante a comemoração foi realizado o ato público de apresentação da proposta e formalização do compromisso entre as instituições para transformar o local em uma nova universidade federal. Uma comissão irá à Brasília, na segunda-feira (15) para levar o projeto.

O diretor do campus, Jackson Machado, pontuou em entrevista ao Acorda Cidade que o momento é de grande importância para compartilhar as novas expectativas com a sociedade civil.
“Essa celebração dos 12 anos, junto com a imprensa, junto com a sociedade é um momento de apresentar como nós temos contribuído para o desenvolvimento social, econômico, regional. Nós também estamos nesse momento aqui buscando apoio da sociedade para que a gente consiga expandir essa oferta de ensino superior, levar mais educação para os jovens”

De acordo com o diretor, a ideia da criação da Universidade Federal de Feira de Santana surgiu da demanda antiga por mais ofertas de profissionalização e crescimento.
“Feira de Santana é um grande motriz, uma engrenagem que movimenta toda a região. Nós estamos possibilitando, para a gente poder ampliar essa possibilidade de desenvolvimento social, a gente poder ter autonomia, um financiamento próprio do governo federal, engajado com os movimentos sociais, com os arranjos produtivos locais e poder promover desenvolvimento no estado da Bahia e no Brasil”

O projeto está no inicio. Jackson explica que existirá ainda estudo de viabilidade e processos de escuta, para que as áreas de educação sejam definidas e validadas com base nas dores da sociedade. Só os estudos com o avançar do projeto poderão afunilar as áreas de maior necessidade.
Presente no evento, o ex-senador Valter Pinheiro falou com a imprensa que a sua atuação política sempre esteve diretamente ligada a expansão do ensino superior.

“A Universidade Federal do Recôncavo aqui apontou medidas importantes e esse trabalho aqui hoje é a sinalização disso, não para. Volto a dizer, não é só uma questão física, é uma questão de presença, inclusão, enxergar”, pontuou.
Mais de 50 instituições estão apoiando o projeto. Uma delas é a OAB Subseção de Feira de Santana. A presidente Lorena Peixoto falou sobre a relevância de oportunizar o acesso a universidade na cidade como forma de prospectar um futuro que não é alcançado por muitos.
“Nós estamos falando de algo que para além da educação vai dar oportunidade de emprego, vai dar mais retorno econômico, comercial para a própria cidade. Estamos falando de abarcar um público que, por vezes, é tangenciado no contexto social, que não tem oportunidade de participar no processo educativo, no processo de transformação em uma sociedade. Então, teremos mais vagas disponíveis para esse público carente, é democratizar o ensino”

Lorena acrescentou que o peso qu há para uma cidade poder acolher uma instituição federal de ensino reflete em todo o contexto social do local, e durante o ato público realizado neste sexta, isso ficou claro para a sociedade.
“Nessa manhã, nós tivemos a oportunidade de aprender quais as vantagens de se ter uma instituição federal. Então, você ter uma instituição pública, federal, com a marca de Feira de Santana é bastante representativo, de alcance, de inclusão, de participação, de protagonismo, e a OAB não poderia se furtar e não participar desse momento”

Missão Brasília
Entre os dias 16 e 18 acontecerá a Missão Brasília 2025, em que representantes da cidade irão até o Distrito Federal para discutir pautas relevantes na Câmara de Deputados. Um dos projetos a serem pleiteados em audiência com a Casa Civil e o Ministério da Educação, é justamente, o da criação da Universidade Federal de Feira de Santana.
O deputado federal Zé Neto, participará do evento que representa um grande passo de estratégias para o desenvolvimento de Feira.

“Eu acredito muito nessa universidade, que vai se transformar na Universidade Federal de Feira. O campus tem 11 cursos, tem avançado no sentido de agregar toda a cidade numa articulação suprapartidária, é de todo mundo, do prefeito, deputado, é dos deputados estaduais, da sociedade, é das entidades sociais, das entidades produtivas. A Universidade Federal, que já existe, mas é ampliação do campus e com estruturação de um caminho que nos leve até a universidade autônoma”, relatou o parlamentar ao Acorda Cidade.
A advogada Lisian Barbosa, que faz parte da diretoria da OAB, participou do projeto na formalização da proposta que será levada à Brasília, parte importante no preparo para a discussão da pauta.

“Nós participamos junto ao desenvolvimento e gestão de pessoas, o grupo de trabalho 7, e junto com outros colegas, elaboramos uma proposta para levar a Brasília nos próximos dias. Entendendo que Feira precisa nesse momento, ter uma universidade federal, universidade pública para atingir a maior parte da população”
Quem também considera o passo importante para a cidade, é a estudante do campus da UFRB, Priscila Oliveira, que cursa Tecnologia em Alimentos na Educação do Campo. Ela defende que com o aumento do alcance, espera que mais formações voltadas para o cuidado com o que vem do campo sejam agregadas.

“Se a gente conseguir trazer também mais cursos voltados para a educação do campo, e voltado também para a questão da alimentação saudável, agroecologia, e isso vai transformar nossa Feira de Santana em uma cidade muito mais ampla, lembrando que o campo tem muito a nos oferecer”
Fundador do Serviço de Integração de Migrantes (SIM), o professor Josué Melo, foi o responsável pela doação do terreno em que hoje funciona o campus da UFRB. Ele relatou ao Acorda Cidade que desde o momento da doação, a universidade autônoma em Feira já era um sonho e uma meta.
“Quando o grupo da UFRB ocupou aqui, o fizemos na perspectiva de se transformar numa universidade federal autônoma. E a gente vem trabalhando com essa ideia na comunidade de Feira de Santana, e hoje já não é uma ideia, hoje já é uma proposta do município que já conta com o apoio do prefeito, da Câmara de Vereadores, do Pensar Feira, do empresariado de feira, dos movimentos sociais”

Ele esclarece que o projeto será mais fácil de ser executado porque a unidade educacional física já existe.
“Já tem um embrião. A gente já começa com 11 cursos, com 1.200 alunos e com o campus pronto. Temos aqui 12 prédios, biblioteca, laboratórios, até auditório já tem. É só o governo ir parceladamente, paulatinamente, financiando a construção de novos prédios, completando”, pontuou.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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