

Com o avanço do bilinguismo nas escolas brasileiras e o acesso cada vez mais facilitado a conteúdos em inglês, a fluência no idioma deixou de ser um diferencial apenas no mercado de trabalho para se tornar uma habilidade essencial na vida acadêmica, cultural e pessoal das crianças e adolescentes. No entanto, Gisele Périgo, coordenadora de Inglês dos Colégios Vicentinos e responsável pela implementação do programa de educação bilíngue da Eduall, alerta: conquistar a fluência é apenas o primeiro passo, é preciso mantê-lo.
“Assim como qualquer outra habilidade, o inglês precisa ser exercitado, a prática contínua e o contato diário com o idioma são fundamentais para que o aluno não apenas consolide o que aprendeu, mas também desenvolva sua fluência com naturalidade”, afirma Gisele.
Esse contato frequente com o idioma também tem respaldo científico. Pesquisas na área da neurociência mostram que a exposição constante a uma segunda língua, ativa circuitos cerebrais relacionados à memória, criatividade e raciocínio lógico. Além disso, segundo estudo da Cambridge University Press, 80% dos estudantes que mantêm contato com o inglês fora da sala de aula demonstram maior fluência e autoconfiança na comunicação oral.
Pensando nisso, a coordenadora bilíngue reuniu cinco estratégias simples e eficazes que podem se transformar em verdadeiras ferramentas pedagógicas no dia a dia dos estudantes, ajudando a manter o contato com o inglês. Confira as dicas:
1. Explore conteúdos que você gosta
Filmes, séries, músicas, podcasts e até jogos eletrônicos são aliados poderosos na manutenção da fluência. “O mais importante é escolher formatos que despertem o interesse pessoal. Quando há engajamento emocional, o hábito se instala naturalmente e o aprendizado se torna mais prazeroso”, destaca Gisele.
Segundo ela, a exposição regular aos sons da língua é decisiva para que o cérebro automatize e internalize estruturas linguísticas. Esse processo torna mais natural a reprodução dessas estruturas, permitindo que o aluno se comunique com mais fluência.
2. Foque na constância, não no tempo
Em vez de estabelecer metas rígidas de tempo de aprendizagem, a orientação é adotar práticas curtas, porém regulares. “Se o aluno tem 15 minutos por dia e usa esse tempo com intencionalidade, seja ouvindo um podcast e fazendo um resumo ou assistindo a um vídeo com atenção, já está promovendo manutenção da fluência”, afirma. “A ideia é que o idioma faça parte da rotina como algo prazeroso, e não como uma obrigação”, complementa.
3. Pratique a fala, mesmo sozinho
A falta de um parceiro de conversação não precisa ser um obstáculo. Gisele recomenda estratégias como gravar áudios sobre temas do dia a dia, fazer leituras em voz alta ou utilizar a técnica do shadowing, que funciona como um treino intensivo que conecta ouvir e falar quase ao mesmo tempo. Ao repetir em tempo real o que é ouvido, o estudante estimula as áreas responsáveis tanto pela compreensão quanto pela produção da fala, fortalecendo a memória auditiva e tornando mais automáticos o ritmo, a entonação e as estruturas do idioma.
4. Monte uma rotina semanal de prática personalizada
A dica, de acordo com a especialista, é diversificar as habilidades trabalhadas ao longo da semana:
Segunda e quarta: escutar um podcast curto e comentar oralmente;
Terça e quinta: assistir a um episódio de uma série em inglês;
Sexta: escrever um pequeno diário;
Sábado ou domingo: jogar online ou ler algo recreativo.
“Tudo começa com autoconhecimento: o que o aluno gosta? Qual habilidade quer desenvolver? A partir dessas respostas, é possível montar um plano leve e eficaz”, orienta.
5. Mantenha a motivação com metas reais e conteúdos divertidos
Para manter o engajamento ao longo do tempo, é fundamental ter objetivos pessoais, como entender uma música sem ajuda da letra ou assistir a um filme sem legenda. “Usar aplicativos gamificados, acompanhar o próprio progresso ou participar de desafios colaborativos nas redes sociais, onde estudantes compartilham conquistas e se inspiram mutuamente, também ajuda muito. Quando o inglês passa a ser uma ponte para acessar o que a pessoa gosta, a motivação surge de forma natural”, destaca.
Por que isso é importante?
Quando se fala em aprender inglês, muitas pessoas ainda imaginam que esse processo acontece apenas dentro da sala de aula. Na prática, a fluência vai muito além: ela depende de exercício constante e da integração do idioma no dia a dia. Como destaca Gisele, é a combinação entre a regularidade nos estudos e momentos pontuais de dedicação extra que impulsiona resultados consistentes. Mesmo quando a meta não é aprender algo novo, acompanhar os próprios avanços é fundamental. Entender melhor a letra de uma música, assistir a um episódio sem legendas, escrever com mais naturalidade ou conversar com menos hesitação são marcos que mostram evolução. “Quando o inglês passa a fazer parte da rotina e da identidade do aluno, isso já é um sinal claro de progresso”, conclui.
Sobre a Eduall
Solução bilíngue para escolas, a Eduall oferece flexibilidade e consistência na transição da escola para o ensino bilíngue. Numa parceria SOMOS Educação e Macmillan Education, atende a mais de setenta mil alunos em todos os estados brasileiros, unindo metodologias ativas, gamificação e alinhado à BNCC. Os programas contemplam todos os segmentos da Educação Básica – incluindo Ensino Médio -, contam com uma trilha de aprendizagem personalizada de acordo com as necessidades da escola e de seus estudantes. Além de materiais didáticos, oferece assistência pedagógica com mais de 35 anos de experiência, voltada a educadores de todo o país.
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