4 de December de 2025
vereador Pedro Américo
Pedro Américo, vereador de Feira de Santana pelo Cidadania | Foto: Daniela Cardoso / Acorda Cidade
A proposta era realizar uma troca entre as sedes das instituições que deveria ser selada em comum acordo entre os poderes.
vereador Pedro Américo
Pedro Américo, vereador de Feira de Santana pelo Cidadania | Foto: Daniela Cardoso / Acorda Cidade

O vereador Pedro Américo (Cidadania) comentou a nota de repúdio que a APLB Sindicato emitiu após o parlamentar sugerir que a Câmara de Vereadores de Feira de Santana deveria ser transferida para o local onde hoje funciona a Biblioteca Municipal. Durante uma entrevista concedida ao programa Acorda Cidade, na manhã desta quinta-feira (13), o vereador afirmou que foi mal interpretado.

Américo explicou que sugeriu uma permuta, ou espécie de troca, de modo que as sessões parlamentares passariam a acontecer no prédio da Biblioteca Municipal, na rua Professor Germiniano Costa, e em contrapartida, o prédio histórico que hoje abriga a Câmara passaria a funcionar como biblioteca.

O vereador deixou claro que respeita a posição da APLB, não só pelo fato de também ser professor. Américo declarou que acredita que a nota surgiu por conta de um equívoco na interpretação de sua fala. Para ser didático, o parlamentar resolveu explicar o contexto que provocou a nota em três tópicos.

Biblioteca Municipal
Foto: Iasmim Santos/Acorda Cidade

1º Tópico: Respeito ao contraditório

O vereador fez questão de afirmar durante a entrevista que recebeu com tranquilidade o comunicado do sindicato que representa os professores municipais em Feira de Santana. Américo afirmou que é um democrata e sempre foi reconhecido como um defensor do diálogo. O parlamentar ainda declarou que as pessoas têm direito ao contraditório e que, no debate político, as opiniões e atos devem ser questionados.

“Eu entendo que é respeito às manifestações tanto da APLB quanto da Universidade Estadual de Feira de Santana, educadores, servidores da educação, todos eles, porque entendo que o debate público tem que ser feito. E a gente precisa respeitar as manifestações que foram colocadas”, disse Pedro.

2º Tópico: Fala fora de contexto

O segundo ponto que o parlamentar trouxe para evidenciar que a nota foi produzida de forma equivocada foi que, segundo ele, as reflexões a respeito da sugestão para mudança de endereço da Câmara foram feitas dentro de um recorte da fala dele. O vereador afirmou que a nota deu a entender que ele estava propondo fechar a Biblioteca Municipal.

“Essa discussão não foi nesse nível, não foi nessa linha. A gente tenta explicar à população de maneira muito pedagógica. O debate é muito mais amplo, porque ele busca trazer uma visão sobre os prédios públicos da cidade, sobre o uso desses prédios, que envolvem a Câmara Municipal, o Paço Municipal, o Arquivo Público Municipal e envolve também o prédio da biblioteca. Precisamos pensar no uso melhor para esses espaços, é tarefa”, disse.

“A gente precisa fazer esse debate porque a minha ideia central era a troca com a Câmara Municipal. Hoje, o prédio não comporta mais as atividades. Quem frequenta a Câmara de Vereadores vê: todas as sessões são lotadas, a gente tem uma participação grande do público, tanto durante as sessões pela manhã quanto à tarde e à noite. A gente precisa ter um espaço de salas de comissão”, complementou o vereador.

3º Tópico: Disseminação do debate

Para fechar a linha de raciocínio sobre o contexto em que recebeu a nota de repúdio da APLB, o vereador Pedro Américo explicou que é muito importante esclarecer para a população que é necessário fazer com que o debate sobre a utilização dos prédios públicos de Feira de Santana aconteça.

“No mesmo dia que a gente fez o debate na Câmara, que saiu a matéria, eu estive com o prefeito Zé Ronaldo e ele disse: ‘Pedro, você está falando de uma ideia de futuro, uma ideia de quatro, cinco, seis anos lá na frente, mas mesmo assim nós já estamos com a biblioteca para fins de inauguração. Estamos já comprando o mobiliário, a reforma já foi feita, está no ajuste fino. Nós vamos reabrir com toda a pompa para que a biblioteca volte a funcionar’. Então, a gente não vai nem sequer tratar desse debate da permuta.”

E eu disse a ele que o debate não é a permuta em si. A permuta em si é uma provocação, porque a gente precisa ter, de fato, um espaço diferenciado. Mas, mesmo que a biblioteca volte a funcionar no endereço atual, a gente precisa de uma biblioteca que atraia as pessoas, atraia a juventude, atraia os estudantes, que a sociedade possa ter ali um espaço não só de leitura, mas um espaço de cultura viva, de diálogo com a sociedade”, completou o vereador.

Nova visão de mundo

Para finalizar a entrevista, o vereador Pedro Américo aproveitou a oportunidade para demonstrar o que de fato quis provocar ao sugerir a permuta: fazer com que os prédios públicos sejam adaptados e acompanhem as novas tecnologias sociais, atraindo cada vez mais a comunidade.

“A gente precisa de uma biblioteca que atraia as pessoas, que traga as pessoas. Isso não quer dizer que a gente vai querer desfazer dos livros que existem, desfazer da memória que existe, muito pelo contrário. Quando a gente faz esse debate, a gente faz um debate dizendo o seguinte: a gente precisa de uma nova reestruturação, e essa reestruturação passa pela mudança do prédio, porque isso traz um impacto”, disse.

“Então, a gente precisa entender que o debate sobre a permuta está superado, mas não vou me furtar ao debate da gente fazer isso com diversos outros equipamentos. Vou dar um exemplo: a gente tem um Arquivo Público Municipal, que é um prédio histórico; a gente precisa cuidar daquele espaço, mas também pensar em como a população acessa ele, como a população frequenta aquele espaço”, concluiu o vereador.