4 de December de 2025
radares br 324
Foto: Marina Silva/Correio
Além da BR-324, cerca de 50 outros radares também passarão por substituição na BR-116.
radares br 324
Foto: Marina Silva/Correio

Até janeiro de 2026, ao menos 21 radares de velocidade da BR-324, entre Salvador e Feira de Santana, serão substituídos pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). A troca ocorre após o fim do contrato de concessão com a empresa ViaBahia, encerrado em maio deste ano, quando o governo federal reassumiu a administração da rodovia. Três novos equipamentos já estão em fase de instalação, e os demais serão substituídos gradativamente entre os meses de novembro e dezembro.

De acordo com informações do Correio*, o superintendente do Dnit na Bahia, Roberto Alcântara, afirmou que a atualização dos radares é uma medida necessária após o retorno da gestão para o governo federal. Antes, esses equipamentos eram gerenciados por uma empresa terceirizada, mas agora estão sob responsabilidade direta do Dnit. Ele esclareceu que não se trata de mais radares. “Estamos fazendo a substituição dos que já existem”, frisou.

BR-116

Além da BR-324, cerca de 50 outros radares também passarão por substituição na BR-116, outra rodovia federal que teve sua administração retomada pelo Ministério dos Transportes.

Melhorias na BR-324 e nova concessão

O governo federal trabalha em uma nova concessão para a BR-324 e a BR-116. Em entrevista à rádio Itapoan FM, em Salvador, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), informou que o edital para o leilão de uma nova administradora deve ser lançado entre dezembro deste ano e janeiro de 2026.

Ainda segundo Jerônimo, até o dia 21 de novembro, devem ser liberados novos recursos para emergências e obras de recuperação da rodovia. A expectativa é que essas intervenções melhorem as condições da pista, considerada estratégica para o transporte no estado e no país.

Vereadores criticam

O assunto repercutiu na manhã desta terça (18) na Câmara de Vereadores de Feira de Santana. Diversos vereadores criticaram os radares e também as condições da pista da BR-324.

O presidente do Legislativo, Marcos Lima (União), ressaltou que a rodovia ficou destruída e que está causando prejuízos financeiros aos cidadãos. Segundo ele, por esta razão, é difícil para o usuário aceitar cobranças. “Mas não querem deixar de arrecadar do bolso do cidadão. Trazendo mais cobranças. Fica nosso repúdio a isto”, reclamou.

O vereadoor Zé Curuca (União) afirmou que “será uma farra de multas”. Ele reforçou que o trecho do contorno do distrito de Humildes (Salvador-Feira/BR 324) está uma vergonha total, devido à quantidade e ao tamanho dos buracos. “Está uma tragédia. Apelo aos responsáveis do Dnit que mandem fazer o tapa-buraco, uma vez que estão trabalhando na região”, pediu.

Falta de sinalização é um outro problema da via, lembrou Marcus Carvalhal (PL). Ele classificou como de “péssima qualidade” as condições atuais da rodovia. “A gente poderia fazer um convite para o ministro dos Transportes pegar um carro e vir de Salvador até Feira, a fim de conhecer de perto a situação e ver o que os cidadãos passam”, sugeriu.

Já o vereador Edvaldo Lima (União), que desde a semana passada tem denominado a BR 324 como “Estrada do Assassinato”, em razão do registro de diversas ocorrências de acidentes, avaliou que falta ação dos governos federal (responsável pela via) e estadual (cujo governador é aliado).

Edvaldo Lima estendeu as críticas para a BR-116 (Rio-Bahia). “Agora, no perímetro baiano, também está arrebentada. Vindo de Santo Estevão, vi próximo a Feira um acidente envolvendo uma carreta que deixou a estrada toda engarrafada, ocasionado por buraco”, afirmou. O parlamentar criticou a notícia sobre a intenção do governador Jerônimo Rodrigues de fazer “só agora” uma operação emergencial de tapa-buraco, visando o próximo feriado e o fim de ano.

O líder da bancada do Governo na Casa, José Carneiro (União), apoiou as críticas feitas pelos colegas vereadores. “Concordo plenamente. Acho que o Governo Federal está criando dificuldade para vender facilidade. Tirou a Via Bahia pagando quase um bilhão pelo distrato e agora tem que licitar a rodovia. É uma vergonha, mais de 20 radares em menos de 100 km de pista”, reclamou.

Isto ocorre, na opinião de Lulinha da Gente (União), porque as autoridades só viajam de avião ou helicóptero. “Inclusive, a empresa Via Bahia teria mudado de nome, conservando o mesmo CNPJ. E pode estar querendo concorrer para administrar a pista federal de novo”, comentou.

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