2 de December de 2025
jogadores do Fluminense de Feira
Foto: Divulgação - Arquivo ZMP
Fora da primeira divisão, o tricolor limita-se hoje a trazer atletas que passam rapidamente pelo clube, sem a expressão e o brilho de antes.
jogadores do Fluminense de Feira
Foto: Divulgação – Arquivo ZMP

Regis, Misael, Ubaldo, Luiz Alberto, Edmilson Pombinho, Bira, Edinho Conceição, Gilson, Itamar… Como uma fábrica, o Fluminense produzia em série excelentes laterais, logo absorvidos pelo mercado da bola. Fora da primeira divisão, o tricolor limita-se hoje a trazer atletas que passam rapidamente pelo clube, sem a expressão e o brilho necessários para fazê-los lembrados pela torcida.

Campeão baiano de 1963 e 1969, bicampeão invicto de aspirantes, indiscutivelmente a terceira força do futebol baiano, e, para a tristeza de sua grande torcida, amargando uma dolorosa e demorada segunda divisão, o Fluminense de Feira de Santana Futebol Clube, nos seus 80 anos de existência, já revelou inúmeros jogadores, alguns chegando até à seleção brasileira. Todavia, há uma posição em que o tricolor revelou excelentes atletas com impressionante regularidade: a lateral direita, hoje mais chamada de ala direita.

Nos primórdios do profissionalismo, final dos anos 50, Eduardo foi um seguro lateral direito ou zagueiro direito, formando respeitável dupla com Valder, considerado o melhor zagueiro central da Bahia na época. A formação tática então era: goleiro, dupla de zaga, três no meio de campo, um meia-atacante (meia de armação) e quatro atacantes. Logo depois, Regis (José Reginaldo Patrício) assumiu a camisa dois do tricolor. Misael (Misael Antônio Santana), o Pé de Serra, nome de sua terra, ganhou a camisa em 1963 e o histórico título de Campeão Baiano. Oriundo do Mecânico Futebol Clube, Luiz Alberto (Luiz Alberto de Oliveira Santos) sucedeu Misael.

Considerado o melhor lateral do futebol baiano, dono de técnica apurada, jogando na bola, cabeça erguida, elegante, Luiz Alberto foi contratado pelo Bahia. Era titular absoluto quando foi deliberadamente atingido no joelho direito por França, jogador do Vitória, o que abreviou uma carreira que poderia até levá-lo à seleção brasileira, pelo menos esse era o pensamento de alguns cronistas esportivos. Mas o tricolor já contava com outro craque para a posição. Igualmente saído do Mecânico, Ubaldo Oliveira, que começou como volante, tomou conta da disputada camisa dois e, com ela, foi campeão baiano de 1969. Ubaldo, a exemplo de Luiz Alberto, foi contratado pelo Bahia.

Sem o chamado trabalho de base que hoje os clubes profissionais fazem, trabalhando com garotos a partir de nove ou 10 anos, e em muitos casos até menos, o Fluminense, a exemplo das demais agremiações, buscava reforços no futebol amador, que em Feira era muito forte. Mecânico, Ypiranga, Botafogo, Flamengo, Vasco e Bahia de Feira formavam muitos valores. Edmilson Pombinho (Edmilson Machado da Silva), outro excelente lateral do tricolor, foi contratado pelo Botafogo carioca e o Galícia de Salvador.

Mas não parou por aí o impressionante trabalho do Touro em relação a defensores com a camisa dois (hoje essa numeração obrigatória já não existe). Assim, depois de Ubaldo Oliveira, o tricolor revelou Gilson (Gilson Macedo Lopes), um garoto de 16 anos do Vasco de Feira. Na sequência, vieram Bira (Ubiracy Santos), Edinho (Joselias Conceição Pereira), que foi campeão brasileiro pelo E.C. Bahia em 1988, e ainda Itamar (Itamar Ramos Magalhães), que depois defendeu o Vitória.

Nos dias atuais, o cenário é absolutamente oposto: o futebol amador da Cidade Princesa estagnado, sequer tem forças para formar uma seleção capaz de representá-lo dignamente no Campeonato Intermunicipal. Ao Fluminense cabe agora produzir valores para as próximas temporadas, o que também não é fácil, não apenas pelo custo financeiro, como pela profusão de clubes e ‘escolinhas’ que fazem isso meramente para ganhar dinheiro, já que o futebol deixou de ser visto como esporte, tornando-se empresa, empreendimento, onde já não se fala em real e sim em milhões de dólares e euros.

Por Zadir Marques Porto

Com informações da Secretaria Municipal de Comunicação Social de Feira de Santana

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