Com o objetivo de dar voz aos estudantes, fortalecer vínculos com as famílias e valorizar as práticas educativas que transformam o cotidiano escolar, duas professoras da rede pública municipal, Aliane de Lourdes Lima da Silva Oliveira e Nayla Catarine Peronio Barcelar dos Santos Roxo, estão desenvolvendo um projeto para a criação de um jornal escolar.
A iniciativa, conduzida com estudantes do 3º ano da Escola Municipal Arthur Martins da Silva, na Estrada da Pedra Ferrada, e apoiada pela comunidade escolar, tem gerado bons resultados no aprimoramento das habilidades de leitura, escrita e criatividade dos alunos, além de proporcionar maior integração entre escola, alunos e famílias.
Ao Acorda Cidade, as professoras informaram que a ideia do jornal surgiu durante um diálogo com a gestão escolar, motivada pela necessidade de incentivar o protagonismo dos estudantes e registrar as atividades pedagógicas, além das ações da comunidade. “Nosso objetivo era criar um espaço onde os estudantes pudessem se expressar, se sentir pertencentes à escola e fortalecer o vínculo com as famílias. Queríamos materializar as vivências dentro da escola e valorizar o que é produzido aqui”, explica a professora Aliane.
Engajamento e protagonismo dos estudantes
Um dos destaques do projeto é a participação ativa dos estudantes em todas as etapas de produção do jornal. Desde a escolha das pautas até as entrevistas, redação dos textos e registros fotográficos, os alunos colocam a mão na massa. Cada um contribui de acordo com suas aptidões, o que, segundo as professoras, enriquece ainda mais o projeto.
“Eles sugerem as matérias, realizam entrevistas e participam das fotografias. A dedicação à leitura e à escrita cresceu muito desde que começaram a participar. Os estudantes estão mais confiantes, orgulhosos do que produzem, e agora encaram novos desafios com entusiasmo”, destaca Nayla.
Além disso, a iniciativa tem proporcionado o desenvolvimento de um olhar crítico nos estudantes, que agora estão mais atentos às histórias e acontecimentos ao seu redor. O impacto positivo vai além do aprendizado técnico, fortalecendo a autoestima das crianças e despertando o desejo de inovar e criar.
A participação da comunidade escolar
Outro ponto forte do projeto é a colaboração ativa de toda a comunidade escolar. Professores auxiliam na orientação dos textos e sugerem ideias, enquanto funcionários contribuem com informações sobre a rotina da escola. Os pais, por sua vez, acompanham de perto o trabalho dos filhos.
De acordo com as professoras, na edição atual, a seção “Eco das ruas, voz do povo” traz depoimentos de pais que comentam sobre a importância da escola para a comunidade, mostrando que o jornal vai além do ambiente escolar.
Exemplo para outras escolas
A experiência já mostra que o jornal vai além de ser uma simples publicação. A professora Aliane considera que essa é uma ferramenta de baixo custo e alto impacto. “Projetos como o nosso podem ser replicados em outras escolas da rede pública, fortalecendo o protagonismo das crianças e a comunicação com as famílias. É uma maneira de valorizar ainda mais o trabalho realizado nas escolas públicas”, afirmou a professora ao Acorda Cidade.
Novos passos: um clube de jornal
Diante do sucesso, as professoras já planejam expandir o projeto. Para o próximo ano, a ideia é criar um Clube de Jornal. A iniciativa incluirá estudantes de diferentes turmas, que terão encontros semanais para levantar pautas, organizar entrevistas, redigir matérias e participar diretamente das decisões editoriais. A proposta é tornar o jornal ainda mais colaborativo, dando aos estudantes a experiência completa do processo jornalístico.
“Nosso objetivo é consolidar o protagonismo dos alunos, engajá-los ainda mais e transformar o jornal em uma referência dentro e fora da escola”, explica Nayla.
O lançamento do jornal será realizado no próximo dia 16 de dezembro com a distribuição de exemplares impressos para toda a comunidade escolar, mediante apoio da Secretaria Municipal de Educação.
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