

Recentemente viralizou nas redes sociais o desabafo do cantor João Gomes sobre arquitetos não projetarem a casa dos sonhos do cantor, estilo residência sertaneja nordestina tradicional, em um condomínio de alto padrão no Recife.
“Na hora de fazer a casa não deu certo. Porque as casas que eu achava bonitas eram aquelas de sertão mesmo, os casarões de alpendre. Ninguém queria fazer essas casas no Alphaville”, declarou o cantor em entrevista ao podcast Prosa do Sertanejo.

João Gomes revelou ainda que chegou a comprar dois grandes terrenos no condomínio de luxo. Mas, como não obteve êxito, pretende vender os lotes.
“Só queriam fazer as casas quadradas, com todo respeito aos arquitetos… Ninguém estava sabendo fazer a casa do jeito que eu queria. Tive que pagar o arquiteto, e o terreno está lá até agora. São dois, um do lado do outro”, contou o esposo de Ary Meirelles e pai de Jorge, de 1 ano, e Joaquim, de 2 meses.

Assista ao vídeo:
Arquiteta reagiu e vídeo chegou até João Gomes
A arquiteta baiana Itana Lemos, conhecida por realizar projetos de casas que valorizam a identidade dos clientes, como ela mesma diz: “casa com cara de casa”, resolveu reagir ao relato do cantor João Gomes. A profissional compartilhou um vídeo no Instagram expondo o olhar profissional sobre a fala do artista.

“O vídeo chegou até mim porque muitos seguidores e clientes começaram a me encaminhar, dizendo que lembraram de mim e do que sempre falo: casas com identidade. Como o conteúdo dialogava diretamente com esse tema, resolvi comentar”, contou Itana Lemos em entrevista ao Acorda Cidade.
A postagem falando sobre moradias representativas que destacam a personalidade de seus donos rendeu mais de 1,5 milhão de visualizações e mais 90 mil comentários, entre eles, o do próprio João Gomes. “Oiá as coisas melhorando”, escreveu o artista sobre as ideias expostas por Itana.
“Pois bem: João, eu topo!”, disse a arquiteta sobre a possibilidade de projetar a casa do cantor.
Assista ao vídeo:
Itana Lemos ficou surpresa com o grande alcance do seu vídeo na internet. “Fiquei feliz pela repercussão, porque acredito que precisamos falar mais sobre casas com identidade e propósito. Percebo que as pessoas têm buscado autenticidade e verdade, algo que falta muito na arquitetura padronizada”.
Com 14 anos de mercado, hoje em dia, a arquiteta recebe clientes que buscam autenticidade, funcionalidade e projetos representativos. Um público que vai contra estilos de residências dentro dos padrões.
“Não é um público ligado à ostentação, mas à verdade: casas que acolham, que tenham alma e que traduzam o estilo de vida da família”, enfatizou.
Regras em condomínios
Ao Acorda Cidade, Itana Lemos esclareceu que há condomínios que estabelecem regras para construções de casas. São normas técnicas, como metragem mínima, altura máxima, recuos e taxa de ocupação. A arquiteta alertou ainda para a importância de se analisar as normas antes da compra de terrenos.

Para a profissional, as normas são importantes para garantir a organização, ventilação, iluminação e qualidade ambiental nas construções. Porém, essas regras devem ser equilibradas.
“Recuos mínimos, por exemplo, são essenciais para manter o conforto e a funcionalidade da casa. O que não pode acontecer é que essas regras tirem do morador a liberdade de ter uma casa com sua identidade. É possível manter normas que assegurem qualidade sem interferir na autenticidade de cada projeto”, disse.
Trabalho de valorização da identidade
Itana Lemos é natural de Santo Antônio de Jesus, onde possui um escritório de arquitetura que atua também em Feira de Santana, Salvador e outras regiões do Brasil.
“Sou formada em Arquitetura e Urbanismo pela Unifacs e fiz uma especialização em Barcelona, o que ampliou minha visão sobre arquitetura sensorial, funcional e centrada no ser humano”.

“Nosso trabalho é reconhecido por criar projetos residenciais autênticos, que valorizam a natureza, a brasilidade, o design contemporâneo e, principalmente, a história de cada cliente. Não seguimos um estilo fixo ou uma fórmula pronta: nosso estilo é o cliente. Criamos casas que ressoam memórias, acolhem, emocionam e representam verdadeiramente quem vai morar nelas”, explicou Itana Lemos.
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