
Seu filho está internado na unidade, precisando de atendimento neuropediátrico para investigar um problema que ainda não foi diagnosticado.
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Daniela Naara Marinho, mãe de Esdras Arthur Marinho, de 10 meses de vida, buscou a reportagem do Acorda Cidade na manhã desta segunda-feira (25), para denunciar a falta de profissionais para atender a demanda no Hospital Estadual da Criança (HEC) em Feira de Santana. Seu filho está internado na unidade, precisando de atendimento neuropediátrico para investigar um problema que ainda não foi diagnosticado pelos médicos. Segundo a mãe, Esdras é neuropata (possui danos nos nervos) e precisa de um médico neuropediatra que acompanhe integralmente o caso, o que não acontece, porque o HEC só tem um especialista na área.
A família é do município de São Domingos, a aproximadamente 2h30 de viagem de Feira de Santana, e tem se desdobrado para acompanhar o bebê no hospital. Para explicar melhor a situação que a criança vem passando, desde que foi internada no dia 30 de janeiro, Daniela deu detalhes como tudo aconteceu.
“No dia 30 do mês de janeiro, eu trouxe o meu filho ao HEC com um choro incessante. Naquela oportunidade, ele fez uma TC de crânio que indicou uma mastoidite. Ele foi internado, durante 15 dias foi ministrada a medicação venosa, a clindamicina e a ceftaraxona. Após 15 dias dessa medicação na veia, o médico deu alta e falou para mim, ‘mãe, a senhora vai continuar o tratamento em casa, antibiótico oral, a cada oito horas’. Assim fiz, eu dava o antibiótico a meu filho pontualmente, às 8h, 16h e meia-noite. Ocorre que esse antibiótico acabou no dia 27 de fevereiro, por volta de meia-noite. Na quarta-feira, o meu filho voltou com todos os sintomas que me trouxeram novamente com ele ao HEC”.
Desta segunda vez, houve dificuldade no atendimento. Conforme o relato da mãe, funcionários informaram uma troca de sistema por conta da demora. Além disso, ela não encontrou o atendimento especializado para a criança que sofre de neuropatia.
“Cheguei no HEC, no dia 3 de março, domingo, 15h30 da tarde. Eu consegui um leito às 2h50 da manhã de segunda-feira. Meu filho foi levado para o terceiro andar e lá suspeitou que essa mastoidite, o tratamento domiciliar não tinha sido eficaz. E, portanto, ele precisaria ficar os 28 dias dentro do hospital, com o uso de duas medicações, a clindamicina e a cefteraxona. Mas a grande questão é que o meu filho é neuropata. Ele teve o que os médicos chamam de queronícteris. E um neuropata, ele precisa ser assistido por um neuropediatra. E vocês acreditam que no HEC, tem apenas um neuropediatra para atender todo o hospital? Essa é a grande questão”, relatou.
Segundo Daniela, a criança está sendo medicada com morfina, paracetamol e cetoprofeno para conter as dores. Mesmo assim, Esdras não cessa o choro. Ela já não sabe o que fazer ao ver a criança em desespero e sem o tratamento adequado para chegar a um diagnóstico mais preciso.
“Existe um questionamento, esse choro do menino é neurológico? O hospital não tem a quantidade de profissionais de que necessita. Nós temos um hospital estadual, que atende todo o estado da Bahia de porta aberta, e está faltando profissional. Um profissional só para dar conta de tanta criança com problema neurológico? Nós precisamos cobrar das autoridades que mandem mais neuropediatras para o HEC. Tem profissional, mas tem apenas um para atender todas as crianças”, explicou.
Ela acrescentou ainda que os médicos que estão atendendo solicitaram uma reavaliação de um neuropediatra para investigar as causas das dores na criança.
“O médico que o assiste explicou que a tomografia indicou a mastoidite. Só que a otorrinolaringologista disse que o ouvido dele não tem nada. Mas ela passou depois de 10 dias, porque só tem uma otorrino para o hospital inteiro. O médico falou, olha mãe, não tem nada hoje, mas tinha antes, porque a médica da emergência conseguiu visualizar o pulse dentro do ouvido”.
Daniela ressaltou que nem com uso de morfina, um medicamento considerado forte, o filho para de chorar.
“Eu tenho uma criança de 10 meses dentro do HEC, que não para de chorar. E se a morfina não passa, que é o medicamento mais forte que eles têm dentro do hospital, é porque esse choro pode ser neurológico. Se nós temos uma criança que não para de chorar e que é a suspeita de um choro neurológico, cadê o neuropediatra?”, questionou.
Durante a internação de Esdras, Daniela disse que há momentos em que só tem uma enfermeira para cuidar de mais de 20 crianças em todo um andar. Ela salientou que a equipe que atende a criança é excepcional, mas a gestão administrativa do hospital para contratar o número adequado de profissionais fica a desejar.
“Não contratam a quantidade de profissionais necessários para a unidade. Essa é a grande questão. A questão é administrativa, questões de recursos públicos. Por exemplo, nós só temos uma enfermeira para dar conta de toda uma ala de um andar. Uma enfermeira para tomar conta de mais de 20 crianças”.
O Acorda Cidade irá buscar um retorno sobre a situação com a Assessoria de Comunicação do HEC.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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