
Contribuindo com a história da cidade, os fotógrafos atualmente enfrentam a queda no movimento e muitos criam alternativas para aliar a profissão à outra renda.
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Diante do avanço tecnológico, em que nos dias atuais é possível fazer um registro em apenas um “clique”, os fotógrafos da Praça Bernardino Bahia, ou da popular Praça do lambe-lambe, resistem em deixar a profissão que possibilitou por décadas a impressão de fotografias.
Contribuindo com a história da cidade, os fotógrafos atualmente enfrentam a queda no movimento e muitos criam alternativas para aliar a profissão à outra renda. O Acorda Cidade esteve na Praça Bernardino Bahia e conversou com alguns deles, que destacaram as principais dificuldades encontradas na comercialização de fotografias 3×4.

José Carlos Assis é fotógrafo há mais de 40 anos. Ele contou que pelo avanço da tecnologia e por conta da baixa procura pela revelação das fotos, deixou de trabalhar diariamente na praça.
“É uma história antiga, uma coisa que não deveria se acabar mas infelizmente aquilo que é histórico também se acaba. Eu venho passar o tempo, para não esquecer da história. Apesar da internet, fazemos ainda algumas fotos, o pessoal procura e estamos aqui. Aqui a gente vende seis fotos por R$15. Hoje infelizmente não dá para sobreviver da fotografia. Como eu sou aposentado, só venho umas três vezes na semana”, disse.
José Carlos também relatou ao Acorda Cidade que um projeto criado pela prefeitura para realocar os profissionais para o Shopping Popular não foi consolidado, também pela falta de movimento no entreposto comercial. Muitos retornaram à praça.
“Não descemos por conta do paradeiro, não tem movimento lá e a história também é aqui. Muitos foram e voltaram, o pessoal está aqui de teimoso”.
Erivaldo da Conceição é fotógrafo desde 1975 e naquela época, as fotos eram impressas em preto e branco, o que originou o nome “lambe-lambe”. Ele também comentou sobre como a redução do serviço impacta a profissão com o passar dos anos.

“Na época em que eu comecei dava pra viver da fotografia, a foto era em preto e branco. Hoje, a gente leva 20 minutos, meia hora no máximo para revelar as fotos. A tecnologia mudou tudo, material, o papel, tudo hoje é colorido e com o avanço da tecnologia nosso trabalho reduziu em média 70%”.
Valter Carlos também é um fotógrafo resistente. Segundo ele, poucos profissionais ainda insistem na profissão, já que as pessoas optam por imagens digitais, feitas por smartphones.
Questionado sobre o movimento atual no seu serviço, Valter disse que em média, um ou dois clientes procuram a impressão das fotos 3X4 por dia.
“Antigamente tinha movimento, mas com a tecnologia, todo mundo tira fotos. Mas, quem confia em Deus não cai. Desde os meus 15 anos eu vinha aqui ajudar. Houve vezes que a gente fazia 15 fotos em um dia, hoje é uma ou outra e quando aparece. Até que não tem muita exigência, o pessoal tira a gente entrega a foto direitinho”, concluiu.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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