

Um grupo de servidores públicos do Estado da Bahia, em Feira de Santana, organizou uma caravana para participar da Audiência Pública que deve discutir os desafios enfrentados pelos usuários do Planserv. A sessão está marcada para ocorrer nesta terça-feira (27) na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), em Salvador.
O Planserv é o plano de saúde dos servidores públicos do Estado da Bahia e vem acumulando reclamações dos usuários há diversos meses. Entre as principais queixas estão a demora para conseguir consultas, descredenciamentos de médicos, hospitais e a dificuldade em marcar exames.
Planserv: um problema crônico
Antes de sair em direção à capital, o grupo de servidores se concentrou em um ponto da Avenida Getúlio Vargas, em Feira de Santana. Ao Acorda Cidade, muitos usuários do plano afirmaram que não entendem os constantes problemas com o Planserv, uma vez que a taxa de inadimplência é zero. O valor do serviço é descontado mensalmente, direto na folha de pagamento (contracheque) do servidor.

“Esse plano é uma negação. Estava doente, fui a três hospitais e foi negado o atendimento. Cheguei em um hospital particular daqui de Feira de Santana e nem minha veia conseguiram pegar. Voltei para casa do mesmo jeito que eu entrei. Uma vergonha esse plano”, disse Jacira de Oliveira Souza.
Jacira é usuária do Planserv há cerca de 46 anos e utiliza o plano na condição de dependente, pois o esposo é servidor público. Prestes a pegar o transporte com destino à Alba, ela reforçou que estava participando do movimento para reivindicar um direito.
“Com fé em Deus, esses deputados irão olhar por nós, porque não é possível. É um plano que a gente não fica devendo de jeito nenhum, que já vem descontado na folha. Isso é um absurdo, a gente não consegue marcar uma consulta, não consegue atendimento, [mesmo pagando todos os meses] a gente tem que ir para o hospital público”, disse.
Planserv: mais lento que o SUS
A professora aposentada Kátia Andrade também passa pelos mesmos transtornos. Em entrevista ao Acorda Cidade, ela revelou que precisa constantemente passar por médicos especialistas e não tem sucesso. Ela precisa fazer um procedimento de colonoscopia e ainda não conseguiu, mesmo pagando todos os meses R$ 500,00 ao Planserv.

“Ele já foi um plano de excelência, mas há um tempo ele está deixando a desejar. Depois que teve essa mudança de gerenciamento, houve, sim, um descredenciamento muito grande dos médicos, por causa da porcentagem, e nós ficamos à deriva, nós estamos à deriva, nós não temos médico e agora eles atendem por cotas, dois, três pacientes apenas do Planserv”.
A professora continuou: “O que a gente está querendo saber é para onde está indo esse dinheiro que a gente paga [todos os meses]. É para isso que a gente esta indo para essa audiência pública. A gente está querendo saber por que a gente não está sendo atendido, por que estão negando o Planserv para a gente. A gente quer saber por que os médicos não estão atendendo o Planserv”, concluiu a professora.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
Reportagem escrita pelo estagiário de jornalismo Jefferson Araújo sob supervisão
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