

O que você faria se recebesse, de repente, um diagnóstico grave para seu filho ainda bebê? A jornalista Daiana Garbin viveu esse momento aos 11 meses da filha Lua, fruto do casamento com o apresentador Tiago Leifert. A notícia de que a menina tinha retinoblastoma, um câncer ocular, foi um choque — mas também o ponto de partida para uma das maiores campanhas de conscientização do país.
Da dor à mobilização nacional

No início, a família preferiu o silêncio e o tratamento longe dos holofotes. Mas a vontade de evitar que outras famílias passassem pelo mesmo levou à criação da ONG e campanha “De Olho nos Olhinhos”.
De um pequeno evento no Parque do Ibirapuera, em 2022, o movimento cresceu e, em apenas três anos, já impactou mais de 150 milhões de brasileiros.

O objetivo é simples e urgente: ensinar pais e responsáveis a reconhecer sinais como o “brilho de olho de gato” e o estrabismo, e levar a criança rapidamente a um especialista.
“Queríamos que outras famílias tivessem acesso às informações que nós não tivemos a tempo. Nosso sonho é zerar as mortes por retinoblastoma no Brasil”, diz Daiana.
Proteção acima de tudo

Mesmo com tamanha exposição da causa, o casal mantém uma regra inegociável: preservar a privacidade de Lua. Poucas fotos são divulgadas, e nenhum detalhe do tratamento é mostrado.
Hoje, a menina está saudável e cheia de vida, mas continua sob acompanhamento médico.
“Ela é alegre, sapeca, engraçada e tem um senso de humor incrível”, conta a mãe.
O amor que ficou mais forte
Passar por uma batalha tão dura uniu ainda mais o casal.
“Sempre fomos unidos, mas saímos ainda mais fortes. Olhamos um para o outro e pensamos: ‘Ainda bem que é você’”, revela Daiana.
Ela lembra, emocionada, que nem todas as mães recebem esse apoio. “Muitas são abandonadas pelo parceiro no momento mais difícil. Eu tive muita sorte.”
Livros, causas e propósito
Além da ONG e do canal no YouTube Eu Vejo Você, Daiana lançou o livro infantil Muitas Belezas (Colli Books Editora), escrito com a psiquiatra Ana Clara Floresi.
Ambientado em uma escola de cachorrinhos, o livro ensina, de forma lúdica, o valor da diversidade física e emocionaldesde cedo — tema que toca profundamente a autora, diagnosticada aos 34 anos com transtorno alimentar e distorção de imagem corporal.
“A perfeição nunca chega. A busca incessante por ela traz sofrimento sem fim.”
Um recado para todas as mães
Para Daiana, a maternidade foi um divisor de águas.
“Entendi que precisava me curar para ajudar minha filha a crescer com autoestima e confiança. Não somos perfeitas, mas podemos fazer diferente para as próximas gerações.”
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