27 de August de 2025
Flica
Foto: Victoria Cardozo
Entre 23 e 26 de outubro, a Flica celebra sua 13ª edição com atrações que valorizam a pluralidade das linguagens artísticas.
Flica
Foto: Victoria Cardozo

Cachoeira se prepara para protagonizar, entre 23 e 26 de outubro, a 13ª edição de um dos eventos literários mais efervescentes do país. Com o tema “Ler é Massa!”, a Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica) reunirá mais de 60 autores, nacionais e internacionais, além de artistas e leitores, para celebrar a magia da literatura em suas múltiplas expressões. A programação oficial foi divulgada na última terça-feira (26), durante coletiva de imprensa no Quadrilátero dos Barris, na Biblioteca Central do Estado da Bahia.

Em 2025, a Flica vai respirar literatura, música, arte, prosa e poesia, com mesas literárias que exaltam o poder da palavra como ferramenta de transformação, democratizando o acesso à leitura e fortalecendo a formação de leitores de todas as idades. Mais que um festival, é uma plataforma viva que coloca autores locais e convidados de diferentes partes do mundo para conversar sobre questões sociais, culturais e políticas da atualidade, ao mesmo tempo em que impulsiona o mercado editorial, o turismo e a economia criativa, solidária e sustentável.

Flica
Foto: Victoria Cardozo | Curadores Linnoy Nonato, Deco Lipe, Emília Nuñez e Wesley Correia

CACHOEIRA É MASSA – A alma da festa é formada por três espaços principais, a Tenda Paraguaçu, a Fliquinha e a Geração Flica, e também pela programação artística, dividida entre o Palco dos Ritmos e o Palco Raízes. A curadoria da Flica é composta por Wesley Correia, Emília Nuñez, Deco Lipe e Linnoy Nonato. A realização tem a assinatura da SCHOMMER PRODUÇÕES e a coordenação geral é feita por Verônica Nonato. Todos os espaços apresentam indicação etária livre e contam com acessibilidade, tradução em libras e audiodescrição.

TENDA PARAGUAÇU A partir de uma programação divertida e ousada, a Tenda Paraguaçu reafirma seu papel como principal palco de encontros e debates literários do evento, juntando autores baianos, brasileiros e estrangeiros em uma grade que valoriza diversas experiências e perspectivas. Nesta edição, o espaço se consolida como um território de pensamento crítico, explorando a literatura para além dos textos, enquanto instrumento de resistência, reflexão identitária e diálogo intercultural.

Essa atmosfera ganha vida com convidados de peso, dentre eles Russo Passapusso, cantor, compositor, ativista social e cultural, que utiliza da sua música como instrumento de protesto e conscientização; Rita Batista, apresentadora da TV Globo, jornalista e comunicadora baiana; Bárbara Carine, autora do best-seller “Como ser um educador antirracista”, vencedor do Prêmio Jabuti 2024; Gregório Duvivier, ator, humorista, escritor e roteirista, co-fundador do canal Porta dos Fundos; Atef Abu Saif, escritor e agente cultural palestino, Ministro da Cultura da Autoridade Nacional Palestina em 2019; e Lirinha, artista pernambucano que transita entre a música, a literatura e as artes cênicas, fundador do grupo musical Cordel do Fogo Encantado.

“Eu sou um espectador da Flica desde sempre, já participei como escritor e mediador, então o convite para assumir a curadoria da Tenda me encheu de alegria. O público que está em busca de entretenimento ou de reflexões mais consistentes vai encontrar esse espaço na Festa. Quem estiver por lá, terá acesso a um espaço de debate, com uma diversidade imensa de pensamentos e de informações. A literatura está mais viva do que nunca. Embora a gente pense que, com as redes sociais, a literatura tenha se tornado algo obsoleto, os autores estão se reinventando”, avalia Wesley Correia, curador da Tenda Paraguaçu.

FLIQUINHA Pensada especialmente para o público infantojuvenil, a Fliquinha deste ano realça que a criança também é protagonista na Flica e que ler é massa desde a infância. Com uma programação plural e lúdica, que reúne teatro, música, poesia, contação de histórias e encontros com autores de diferentes gerações, inclusive crianças escritoras, o espaço frisa a diversidade de vozes e linguagens. Além disso, valoriza as expressões vivas da cultura baiana e traz temas como infância livre, autoestima, ancestralidade e preservação ambiental, estimulando o senso de pertencimento e coletividade.

Para encantar, provocar e inspirar, a Fliquinha recebe nomes como Roseana Murray, poetisa e autora carioca de contos infantojuvenis, que comoveu todo o país com sua história de superação em 2024; Vanderson Nascimento, jornalista, apresentador da TV Bahia, querido pelas famílias e crianças baianas; Tino Freitas, especialista em literatura infantil, que promete divertir a plateia com o espetáculo musical literário “Quem quer brincar comigo?”; Ana Fátima e Maurício Akin, mãe e filho escritores; o espetáculo “Saudades, João”, escrito por Ruan Passos, dramaturgo de São Félix, em homenagem à cultura popular nordestina; e a mestra griô Vovó Cici de Oxalá, contadora de histórias afro-brasileiras.

“O intuito é fazer com que a criança perceba que ler é divertido, traz coisas positivas, que ler é massa mesmo. Eu gostei muito do tema deste ano, porque a gente às vezes fica achando que ler é chato, cansativo, ou que ler é uma obrigação, mas não. Eu quero que a criança saia de lá com um sorriso no rosto, com um livro debaixo do braço e querendo mergulhar em muitas histórias. O nosso desafio é trazer essa criança, que é de uma geração muito conectada com as telas, para se conectar com os livros”, afirma Emília Nuñez, curadora da Fliquinha.

GERAÇÃO FLICA Dedicada ao público jovem, a programação da Geração Flica tem tudo para ser um prato cheio para todos os gostos, combinando mesas literárias que exploram desde literatura cor-de-rosa, romances adolescentes e histórias que tocam o coração até pautas como identidade, gênero, sexualidade, comunidade LGBTQIAPN+, afrofuturismo, racismo, medo, empoderamento e mundo digital.

No time que vai agitar a Geração Flica, estão personalidades como a escritora mineira Paula Pimenta, fenômeno da literatura juvenil brasileira, amada por seus romances que tratam de conflitos típicos da adolescência; NegaFyah, multiartista soteropolitana, com forte atuação no cenário do slam; Ezequiel Vitor Tuxá, artista, psicólogo, escritor e pesquisador indígena, nascido na Aldeia Tuxá Kiniopará, em Ibotirama-BA; Mariana Paiva, autora baiana com seis livros publicados, jornalista, professora e doutora em Teoria e História Literária; Afrofuturas, dupla formada pelas irmãs Pétala e Isa Souza, crescidas na periferia de Guarulhos e criadoras de conteúdo literário há mais de 10 anos; Glória Maciel, ou Goka, atriz e criadora de conteúdo digital, que ganhou visibilidade com vídeos que mesclam poesia e análise sobre relacionamentos.

“Nesta edição, vamos celebrar a literatura de uma forma plural, misturando diversos fazeres de escrita e de olhares tanto para a produção literária quanto para o consumo. Eu quero que as pessoas entendam que temos uma literatura viva, que é muito bom termos esses encontros, com autores falando sobre as suas produções. Comentar no post é bom, mas abraçar as pessoas que a gente só vê numa tela é melhor ainda. Nossa convocação é para mostrar essa literatura jovem, que é pop, pulsante e muito massa de ser consumida e prestigiada”, destaca Deco Lipe, curador da Geração Flica.

PROGRAMAÇÃO ARTÍSTICA Paralela ao campo literário, a programação artística da Flica propõe uma imersão nas raízes culturais do Recôncavo Baiano, conectando literatura, música, ancestralidade e resistência. O repertório reúne artistas que personificam essa herança e imprimem à festa uma identidade sonora capaz de dialogar com a riqueza cultural da Bahia e ampliar o alcance das narrativas celebradas no evento.

Quem vai cantar essas histórias no Palco dos Ritmos são atrações como a banda Adão Negro, uma das maiores representantes do reggae brasileiro, com participação de Sine Calmon, cantor de reggae, rock e blues, natural de Cachoeira, a banda Autorais, formada por Tonho Matéria, Tênison Del Rey e Jorge Zárath, o Coral Afro da Bahia, com participação do cantor cachoeirano Matheus Aleluia Filho, profundamente ligado à música afro-brasileira, e o cantor Lazzo, voz marcante da música baiana, com participação de Márcia Short, grande destaque da Axé Music. Enquanto isso, sobem ao Palco Raízes atrações como Maira Lins, JP Castelhano, a banda Reina & Alvenaria FC e Amarildo Fire, ex-participante do The Voice Brasil, que vai promover o Flicaokê, um karaokê aberto ao público.

“Após um dia inteiro de imersão literária, o evento culmina com um momento de celebração marcado pela música e por vozes potentes do Recôncavo. As pessoas às vezes separam, mas música também é leitura. Este ano, teremos vários artistas convidando outros artistas, o que é bacana para dar espaço para diferentes expressões e proporcionar uma programação ainda mais diversificada para os cachoeiranos e os visitantes. Estamos pensando a programação com muito carinho, para que seja mais uma edição inesquecível”, revela o músico Linnoy Nonato, curador artístico.

EMBAIXADORES – Para aproximar a literatura de públicos cada vez mais amplos, a Flica 2025 adota pela primeira vez a figura dos embaixadores, incorporando novas vozes à programação da 13ª edição. Os escolhidos são: Leozito Rocha, humorista que se destacou nas redes sociais e nos palcos com personagens autorais marcados por criatividade, crítica social e autenticidade; Nanda Costa e Lan Lanh, casal de mães artistas, criadoras do projeto infantil Uki Kerê Ké, que vão abordar sobre maternidade e a importância de inserir a leitura no cotidiano familiar.

Também recebe a homenagem como embaixadora Vanessa Dantas, atual Secretária de Educação de São Francisco do Conde, que teve contribuição significativa à consolidação do evento nas últimas edições. Em 2023, ganhou o título de Cidadã Cachoeirana e, até hoje, seu compromisso com a comunidade literária segue sendo inspiração.

A 13ª edição da Flica tem patrocínio do Governo do Estado, através do FazCultura, Secretaria de Cultura do Estado (SecultBA) e Secretaria da Fazenda (Sefaz), Caixa e Governo Federal. É contemplada pelo Projeto Bahia Literária, iniciativa da Fundação Pedro Calmon (FPC), unidade vinculada da SecultBA, e da Secretaria Estadual de Educação (SEC). Conta com o apoio da EMBASA e ACELEN. A realização é da SCHOMMER, em parceria com a Prefeitura Municipal de Cachoeira e LDM (livraria oficial do evento).

Saiba mais sobre a Flica 2025
Instagram: @flicaoficial

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