12 de September de 2025
Walter Pinheiro
Walter Pinheiro | Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
Walter Pinheiro também comentou sobre a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados pelo STF.
Walter Pinheiro
Walter Pinheiro | Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

O ex-senador Walter de Freitas Pinheiro, disse em entrevista ao Acorda Cidade que não pretende disputar um cargo nas eleições de 2026. A informação foi confirmada por ele na manhã desta sexta-feira (12), enquanto participava de uma reunião em Feira de Santana, que discutiu a implantação da primeira Universidade Federal da cidade.

Walter se despediu do Senado em 2018 após oito mandados, mas afirmou que nunca deixou os corredores da política. Ele defende que não retomar a Câmara mais alta do Congresso Nacional está na sua idoneidade desde quanto fez suas campanhas.

Como deputado federal, o soteropolitano foi eleito em quatro legislaturas (de 1997 a 2011). Ele também foi Secretário de Planejamento e Educação do estado.

“Eu entrei na política por um processo de luta por renovação. Meu pai não foi político, eu não sou neto de político, mas entrei na política graças exatamente à compreensão do povo e à luta que nós empreendemos na Bahia. Quando eu estava chegando perto desses 30 anos, que eu condenava todo mundo, eu saí que é para poder não queimar minha língua. Então, portanto, eu não saí dos mandatos parlamentares por conta de ou discordância ou desgosto, pelo contrário. Saí, inclusive, planejado. Em 2014, eu avisei ao então governador Jacques Wagner que eu não disputaria a reeleição do Senado, cujo mandato terminaria em 2018”, disse ao Acorda Cidade.

O político disse que optou seguir o caminho da política, não como parlamentar, mas atuando nas bases do governo e afirmou que não pretende retornar às corridas eleitorais.

“O PT avaliou outro caminho, que foi um caminho ótimo, nós seguimos com o Rui Costa. Então, assim voltar para o parlamento eu não pretendo mais. Se algum dia tiver uma necessidade de contribuir no executivo, como contribuir como secretário, estou disposição, mas eu prefiro ficar onde eu estou.”

Ex-senador Moura Pinho
Ex-senador Walter Pinheiro | Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Pinheiro relembrou momentos de sua carreira que contou com a participação do governador Jerônimo Rodrigues na base de seu mandato em Feira de Santana.

“Jerônimo era a base do meu mandato em Feira, era a contribuição do meu mandato em Feira, através do MOC, através da militância aqui na universidade, foi meu diretor de política territorial na Seplan.”

Ao invés de contribuir retornando ao governo, o ex-senador disse que prefere colaborar com equipamentos importantes para o estado, como o Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia (Cimatec).

“Eu posso contribuir muito mais com o que eu estou fazendo hoje no Cimatec, em todas as áreas, continuar contribuindo com o governo do estado, como estou fazendo. Hoje mesmo vou aqui conversar com a prefeitura de Feira a serviço do Cimatec, mas para entregar algumas demandas que o governador Jerônimo, inclusive, tem pautado para a gente fazer com os municípios. Fazer, por exemplo, todo um processo de governo digital, todo um processo de modernização das máquinas dos municípios, que Jerônimo pediu que a gente do Cimatec pudesse contribuir dessa forma, vou apresentar esse projeto hoje a Zé Ronaldo, bancado pelo governo do estado, quem está executando é o Cimatec”, explicou ao Acorda Cidade.

Bolsonaro e aliados condenados pelo STF: “8 de janeiro foi uma barbárie”

Ao Acorda Cidade, Walter Pinheiro também comentou sobre a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), por tentativa de golpe de estado e mais outros quatro crimes na última quinta-feira (11).

“É triste, a condenação desse momento, era preciso para você dar um freio e mostrar às pessoas que você não trata instituições democráticas de Estado com brincadeira, muito menos com barbárie; aquilo é um barbárie, porque até se você fizer uma comparação, por exemplo, os golpes que aconteceram na nossa história, por exemplo, as pessoas deram um golpe para conquistar as cadeiras, aquele absurdo quanto o Brasil de 8 de janeiro, que eles chamavam de golpe, aquilo foi para quebrar as cadeiras, porque eles quebraram as instituições. Quer dizer, um desrespeito ao povo, um desrespeito à instituição, um desserviço à democracia”, declarou ao Acorda Cidade.

8 de janeiro
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Essa é a primeira vez na história do Brasil que um ex-presidente é punido por esses crimes. Para o ex-parlamentar, a condenação é uma parte importante para que casos ataques como o de 8 de janeiro de 2023 nã se repitam. Ele declarou que as últimas eleições no país, de 2022, foram marcadas pelo ódio que mancharam a política brasileira até os dias de hoje.

“É que tem que ficar registrada na história, mas é a parte mais. Então, assim, eu não comemoro a condenação, mas eu digo que a condenação é exatamente o cumprimento de uma etapa para a gente mostrar que não se brinca, não se ataca a democracia, não se pune a população, não se trata o país como uma brincadeira qualquer de quem quer que seja, ou como, inclusive, objeto de barbárie desses desejos. Então, portanto, ela é correta”, acrescentou.

Jair Bolsonaro
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Pinheiro ainda destacou sua trajetória quando foi adversário do ex-governador Antônio Carlos Magalhães, fazia questão de manter a ética e o respeito nas relações com seus oponentes.

“Uma vez ele disse, ‘você é o inimigo que eu mais gosto. Eu disse, ‘mas eu nunca fui seu inimigo, eu nunca fui seu amigo. Então eu não posso ser seu inimigo, eu sou seu adversário político. Então essa é a diferença que nós estamos tendo na sociedade. Uma coisa é você disputar as ideias. Outra coisa é você trabalhar com barbárie, com estupidez. Isso não pode ser algum elemento, e muito menos ficar trazendo bandeira de outras nações para festejar como bandeira nossa. Respeito os Estados Unidos. Agora os Estados Unidos não podem tratar o Brasil como quem está tratando alguém que puxa a orelha. Esse negócio de dono do mundo não existe. Deus não é dono do mundo, Deus é o Criador e nos trata, inclusive, como filho e não como capacho”, finalizou.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

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