15 de September de 2025
Carro do TFD quebou - Transbordo Central
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Até o fechamento da reportagem, não havia confirmação se outro carro seria disponibilizado ainda nesta manhã. 
Carro do TFD quebou - Transbordo Central
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Mais uma vez, pacientes que estavam aguardando o Transporte Fora do Domicílio (TFD) em Feira de Santana ficaram esperando o serviço que não chegou. A reportagem do Acorda Cidade esteve na manhã desta segunda-feira (15) no Transbordo Central, onde acompanhou 16 pessoas que estavam no local aguardando o veículo. Segundo as pessoas que estavam presentes, do local saíram dois ônibus, mas o terceiro quebrou, deixando exatamente 16 pacientes sem o transporte. 

O problema é crônico e já foi mostrado diversas vezes aqui no Portal Acorda Cidade. A maioria dos pacientes chegaram por volta das 4h da manhã para seguir destino a Salvador. 

Muitos pacientes seriam transportados para o Hospital Especializado Octávio Mangabeira (Heom), em Salvador, onde tinham consultas agendadas, como dona Giovanni Brito Silva. 

Outra paciente, chamada Maria de Fátima Sena de Oliveira, possui um desfibrilador e também seria encaminhada para o neurocirurgião, em Salvador, no Hospital Ana Nery (HAN). Ela temia perder o atendimento por falta do transporte. 

“Eu tenho um desfibrilador e iria ao cirurgião, que eu preciso trocar a bateria. E eles fazem uma coisa dessa. Não dá uma satisfação. Saíram dois carros e a gente ficou. Dizendo eles que o terceiro que iria sair quebrou”, confirmou ao Acorda Cidade. 

Bastante abalada, Fátima, que é moradora do bairro Brasília, disse que, perdendo o procedimento de hoje, só vai conseguir resolver o problema daqui a seis meses. O equipamento utilizado por ela já está vencido e deve ser trocado a cada cinco anos. 

“Se eu não for hoje, só daqui a seis meses. Como é que eu faço? A bateria vai aguentar mais seis meses? Não sei dizer quanto mais ela aguenta. O médico iria dizer hoje que já tem cinco anos”, afirmou ao Acorda Cidade. 

Carro do TFD quebou - Transbordo Central
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Damiana de Oliveira Caldas, moradora do Conjunto Fraternidade, disse que começou a se organizar às 4h da manhã para chegar até 5h30 no Transbordo Central para pegar o transporte. Ela, que utiliza o serviço frequentemente, confirmou que já passou por outras situações parecidas.

“Perdemos consulta outro dia e o carro voltou na metade do caminho. A gente teve que se virar para voltar porque remarcaram a consulta sem nos avisar.”

Até o fechamento da reportagem, não havia confirmação se outro carro seria disponibilizado ainda nesta manhã. 

“A gente vai ter que remarcar porque não vai dar tempo. Eu estava marcada para 8h da manhã e ainda estou aqui”, disse outra paciente. 

Outra pessoa também reclamou sobre o processo para remarcar os atendimentos. “O pior é que nós temos que remarcar. A gente hoje tem que sair daqui a qualquer hora para remarcar. Porque a secretaria daqui de Feira acharia que ele deveria marcar para nós, já que o carro não foi.”

Uma das pacientes questionou a falta do auxílio-alimentação, que antes era dado para que as pessoas pudessem se alimentar enquanto aguardavam o atendimento. Mesmo indo pela manhã, muitas pessoas precisam aguardar o atendimento pela tarde e ficam praticamente o dia inteiro fora de casa. 

“Por que não fizeram a vistoria antes dos carros? A pessoa, quando viaja, não tem que fazer vistoria? Por que não fizeram a vistoria antes? Deixaram para fazer hoje? 16 pessoas deixaram de viajar. E outra coisa que eu quero falar também: tem mais de um ano que a gente não recebe o cartão de alimentação, que eles dão um valor. Tem mais de um ano que a gente não recebe, não dá um centavo. Dava e depois tiraram e até hoje nunca mais deu.” 

Carro do TFD quebou - Transbordo Central
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Segundo apurou o Acorda Cidade, os 16 pacientes só conseguiram prosseguir viagem depois das 12h20. Não se sabe se pacientes que possuíam o atendimento pela manhã conseguirão realizar o atendimento quando chegarem às unidades. 

O Acorda Cidade buscou um retorno com a Secretaria de Saúde e foi respondido com a seguinte nota:

A Prefeitura de Feira de Santana está trabalhando para melhorar a operacionalização da frota de veículos que atende ao programa Tratamento Fora do Domicílio (TFD). A gestão municipal destaca que segue em andamento o processo licitatório para aquisição de um novo veículo, um micro-ônibus, para reforçar a prestação desse serviço. 
O novo veículo será adaptado para pessoas com deficiência (PCD), ampliando a acessibilidade e garantindo que todos os usuários tenham condições adequadas de deslocamento. 
Atualmente, o TFD atende cerca de 1.500 usuários que necessitam de transporte para exames e procedimentos médicos em Salvador, não disponíveis na rede municipal de Feira de Santana. O serviço é operado com cinco ambulâncias, três micro-ônibus e um carro pequeno adaptado para cadeirantes.

Apesar das informações, não foi divulgado oficialmente se os pacientes conseguiram o atendimento e a confirmação do horário exato em que o serviço foi disponibilizado.

Também não há informações sobre o caso de Maria de Fátima Sena de Oliveira, que, caso perca o atendimento hoje, pode ficar até seis meses aguardando uma nova consulta para trocar a bateria do desfibrilador, dispositivo implantável que controla o ritmo cardíaco da paciente. 

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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