2 de December de 2025
Sindicalistas
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
A principal reivindicação dos trabalhadores é a falta de comunicação com as bases, pois a proposta prevê um acréscimo na contribuição previdenciária.
Sindicalistas
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Representantes de sindicatos feirenses estiveram, nesta terça-feira (2), na Câmara Municipal para acompanhar a segunda votação de um projeto que reajusta a Previdência Municipal. Entretanto, a etapa não aconteceu, pois a segunda votação foi retirada de pauta. A principal reivindicação dos trabalhadores é a falta de comunicação com as bases, pois a proposta prevê um acréscimo na contribuição previdenciária, aumento que, segundo eles, não foi acordado.

Everaldo Vitório, presidente do Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde, afirmou que a categoria foi “pega de surpresa”.

Everaldo Vitório
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

“O correto seria sentar com as bases trabalhistas e negociar. Em nenhum momento fomos chamados para dialogar com o governo. O que o trabalhador quer é ser ouvido”, explanou.

Silvia Marcênio de Jesus, presidente da Associação dos Agentes Comunitários de Saúde de Feira de Santana, contou que a Previdência do município não foi alterada desde a reforma federal de 2019, mas que ajustes são necessários e que hoje os trabalhadores tem poucas vantagens com relação ao salário base.

Silvia Marcenio
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

“Nos gostaríamos muito que a gestão conversasse com as bases para ver o que é melhor para o trabalhador. Nós pagamos um valor exorbitante da presidência, se houver aumento, nosso salário ficará ainda mais defasado”, contou a presidente.

Silvia disse ainda que representantes de várias categorias acompanharam a sessão, incluindo agentes comunitários, professores e agentes de endemias.

“Não há prejuízos como alguns estão dizendo”, afirma vereador.

O líder do governo na Câmara, vereador José Carneiro Rocha, afirmou que houve um “equívoco” por parte dos sindicatos. Segundo ele, o projeto já passou pela primeira votação e está apenas aguardando o interstício (tempo mínimo que precisa passar entre uma votação e outra) regimental de 10 dias úteis por envolver mudança na Lei Orgânica.

O vereador afirmou que a reforma é necessária, pois as mudanças vão garantir a permanência do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), mas que se continuar no déficit atual “nenhuma previdência sobreviverá”.

Carneiro também abordou a isenção dos inativos, ou seja, aposentados e pensionistas, que recebem até três salários mínimos, estão isentos de qualquer contribuição.

Vereador José Carneiro Rocha
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Ele explicou que:

  • Quem recebe acima desse valor de três salários mínimos (salários acima de R$ 4.500), pagará 14% apenas sobre a diferença que ultrapassar o limite de R$ 4.500. “Tem muita gente achando que vai contribuir com o valor total, e não é verdade”, explica o vereador.
  • Servidores ativos continuarão pagando 14% até o teto do INSS (R$ 8.500);
  • Quem ganha acima desse teto (de R$ 8.500) pagará 2% a mais somente sobre o valor que ultrapassar, totalizando 16% apenas essa diferença.
  • Como exemplo, José Carneiro citou: “Se você ganha R$ 5 mil, vai pagar 14% apenas sobre R$ 500, porque até R$ 4.500 é isento.”

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

Reportagem escrita pela estagiária de jornalismo Beatriz Rosado sob supervisão do jornalista Gabriel Gonçalves

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