

Na noite desta quinta-feira (25), foi realizada, em frente à Prefeitura de Feira de Santana, mais uma edição da Ceia de Natal voltada para pessoas em situação de rua. A iniciativa acontece desde 2013 e foi idealizada por Danilo Tradição. Além da ceia, o evento também arrecada e distribui cobertores, roupas e calçados.
Ao Acorda Cidade, Danilo explicou que a ideia surgiu a partir de sua própria experiência, já que viveu em situação de rua entre os 6 e os 12 anos de idade. Segundo ele, o período natalino costuma ser especialmente difícil para quem está nas ruas, por ser um momento em que a cidade fica mais vazia. De acordo com o idealizador, no dia 25 de dezembro, a maioria das pessoas permanece em casa, o que torna as ruas mais silenciosas e reforça a sensação de isolamento.

“A gente comemora porque no dia 25 era o dia que eu mais sentia a falta do calor humano. Eu sentia a falta de alguém. A rua parava, então não tinha lugar para pedir um alimento, não tinha nada no dia 25”.
Sobre o evento e o apoio que recebem, Danilo contou que as doações são feitas por amigos e pessoas que veem as imagens de divulgação. O idealizador também lembrou que além de comida e roupas, o objetivo desse evento é espalhar amor, carinho e acolhimento.
“Distribuição de cobertores, kit higiene, roupa, sapato, e carinho e acolhimento, que é o mais interessante”.
Organização
Para organizar o evento, Danilo conta com o apoio da esposa, Mariana Figueiredo. A mulher relembrou que o evento recebe o apoio de pessoas que têm ligação direta com os organizadores e também desconhecidas.

“Qualquer pessoa pode contribuir. A gente divulgou nos grupos de WhatsApp, muita gente compartilhou e está chegando doações e voluntários que a gente não conhece ainda. Mas a partir daí a gente forma essa corrente do bem”.
Sobre a programação da ceia, Mariana disse que além da alimentação, o evento também conta com um momento de oração e de dança circular, bem como reafirmou a importância desse momento de lazer.
“Então trazer esse olho no olho, esse olhar para essas pessoas que são tão invisibilizadas durante todo o ano, e poder ter essa sensação das mãos dadas na roda, desse lugar de pertencimento, que essas pessoas geralmente não sentem que a dança circular pode trazer esse acolhimento”.
Participantes do evento
Paula da Silva disse que participa do evento pois também já esteve em situação de rua, bem como falou como acha a iniciativa importante para as pessoas que estão em situação de vulnerabilidade.

O professor Edilson Veloso também lembrou sobre o papel desse evento como algo relevante para as pessoas em situação de rua, não só na parte da alimentação, mas também no ato de conversar com essas pessoas.

“Então, a gente precisa parar com esse senso comum, ver o morador de rua como um perigo eminente, não é. Para pra ouvir as pessoas, entender a história de cada um. Todos nós temos histórias de vida”.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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