

Está aberta a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla em Feira de Santana. Na manhã desta quinta-feira (21), a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) realizou a tradicional Caminhada da Apae, que acontece anualmente para promover a conscientização da sociedade sobre a importância de práticas inclusivas e de respeito às diferenças.

Este ano, o tema da semana será “Deficiência não define – Oportunidade Transforma – Inclua nossa voz”, levando todas as APAEs do país a realizar atividades e ações até o próximo dia 28. Para o supervisor de projetos da instituição, Cláudio Rios, a caminhada é um momento de trazer o protagonismo das pessoas com deficiência na cidade e unir toda a rede que compõe a Apae. São mais de 200 colaboradores, atendendo diariamente aproximadamente 2.500 pessoas ao mês em Feira de Santana.
“Todos se unem nesse momento com cartazes e faixas, demonstrando para a sociedade a nossa causa, para poder visibilizar essas pessoas com deficiência e trazer para a luz, para o debate, esse tema tão importante.”

Ao final da caminhada, a Companhia de Artes da Apae, formada pelos assistidos, apresentou-se com a Fanfarra da instituição. O encerramento aconteceu na Praça Bernardino Bahia, centro da cidade. Produtos confeccionados pelos assistidos também foram vendidos.
Jéssica de Oliveira tem um filho de 11 anos acompanhado pela Apae desde 2017. Ao Acorda Cidade, ele destacou a seriedade dos profissionais e dos serviços oferecidos pela instituição.

“Aqui é excelente, os profissionais são atenciosos. Não tem o que reclamar, só agradecer mesmo. Essa caminhada todo ano tem, esse ano é a primeira vez que eu participo, mas sempre tive a vontade de estar presente, não dava, mas esse ano eu estou presente.”
Itamara de Jesus Santos veio do município de Santa Bárbara para acompanhar a caminhada. Ela também tem um filho de 7 anos, atendido pela Apae pelo menos uma vez por semana.
“Já tem uns 3 a 4 anos que ele faz tratamento. Mas antes ele fazia no Hospital da Criança e foi transferido para cá. Ele evoluiu bastante, inclusive, ele não andava, tem quase dois anos que ele começou a andar devido à cavalaria e algumas mobilidades que ele começou a fazer aqui e acabou se desenvolvendo bastante”, contou ao Acorda Cidade.

Segundo Itamara, ela usa o transporte do Tratamento Fora do Domicílio (TFD) para se deslocar até Feira de Santana. Ela também contou que todo ano faz questão de participar das atividades da Semana das Pessoas com Deficiência.
“Eu acho bom, legal, porque a gente tem que lutar pelos direitos das nossas crianças e a inclusão principalmente. Todo ano eu participo, é uma questão que eu faço de participar, porque pelo menos a gente está lutando pelos direitos dos nossos filhos”, frisou.
Apae, 40 anos levando serviço e inclusão às pessoas com deficiência
A Apae também é Centro Especializado em Reabilitação e chega a atender cerca de cinco mil pacientes da região centro-leste de Feira, contemplando 47 municípios. No total, são cerca de oito mil atendimentos por mês com uma equipe multiprofissional.

Segundo Cláudio, a caminhada é o momento de demonstrar o impacto social causado pelos serviços oferecidos pela Apae, que vão desde atendimentos de saúde, testes de prevenção à excepcionalidade infantil (testes do pezinho e orelhinha), até atividades culturais, artísticas e educativas, além da concessão de órteses, próteses e bolsas de ostomia digestiva e urinárias.
“Recentemente foi inaugurada a nossa oficina ortopédica, que a gente vai passar a produzir esses dispositivos para poder exatamente atender essa capacidade de atendimento necessário que tem uma demanda reprimida, uma fila de espera. Além disso, nós temos dois núcleos, o Nepea, especializado em pessoas com espectro do autismo, e o Caee, núcleo profissionalizante.”

Cláudio Rios destacou ainda que o principal desafio da Apae é a manutenção dos serviços diante da demanda e a captação de recursos feita atualmente pela instituição filantrópica.
“Por isso, a gente conta muito com a sociedade, com apoiadores. Nós temos um serviço bem estruturado para poder estar firmando parcerias, convênios, enfim, tanto com o poder público quanto com o poder privado, para poder estar viabilizando essa continuidade dos nossos serviços.”

Ainda durante a programação da semana, será realizado um Fórum de Deficiência com diversos palestrantes construídos e executados por pessoas com deficiência.
A gente vai ter uma oficina de artes, vai ter o seminário com todas as famílias, porque a gente não só acolhe essas pessoas com deficiência, mas suas famílias também. Então, a gente convida, convoca toda a sociedade para continuar nos apoiando, conhecendo os nossos serviços e participando desses momentos, que é muito significativo para a causa das pessoas com deficiência”, convidou.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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